domingo, 3 de novembro de 2013

FILME: A HERANÇA DOS BATISTAS


Quem nos protegerá de nossos protetores? (‘Quis custodiet ipsos custodes?’) A quem beneficia a queda do "grande Gatsby". A plebe está babando de gosto. Um é Joakim, da galp. Outro é Manolo, da Repsol, ambas empresas minúsculas associadas à estatal chinesa Sinopec – que formariam um único consórcio – estavam inscritas no leilão de Libra. Quem nos protegerá dos nossos protetores chineses? Acabou virando o “braço da viola”: Deu Petrobras na cabeça, com 2 petrolíferas europeias e mais 2 estatais chinesas. Também um consócio único sem concorrentes. O mesmo acontece com o "grande Gatsby" das empresas X. No momento, fogem dele como o diabo foge da cruz. Uma ajuda no momento seria “um tiro no pé”, tendo em vista as manifestações de rua. A letra “X” que já foi objeto de repúdio na privatização da Petrobrax agora ficou tão desmoralizada que a Xuxa resolveu trocar o nome para chucha, segundo Zé Simão. ATÉ TU BRUTUS Beneficiou-se, tanto quanto seu pai se beneficiou do antigo regime. E agora se beneficia dos que combateram o antigo regime. Se beneficiou tanto quanto os intelectuais se beneficiam da "Lei Ruanet" como denuncia "Lobão (o outro, é claro), ou tanto quanto os que combateram a ditadura e agora são beneficiários de gordas aposentadorias. Políticos com mais de 70 anos correm o risco iminente de extinção, como o ministro ubíquo das micro empresas e ao mesmo tempo vice governador - que parecia um cara bacana - e que agora se junta a "fauna de políticos desta imensa unanimidade que acabará numa idolatria que dá medo . O Brasil e a 'América latrina' toda são países de compadres, como mostrou o grande entrevistado do programa Roda Viva há 2 dias: nada menos que o prêmio Nobel de literatura: Mario Vargas Llosa. Dá gosto ser leitor do cara que perdeu a eleição para o "Chino".

ENFIM O AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS


Nem tudo são flores. Apesar da recuperação do prestígio – por conta das bondades – o governo colhe os piores reveses na balança comercial desde 98. Tudo em razão da conta petróleo que acumulou deficites de 19 bilhões na conta petróleo, anulando resultados positivos de outros setores. Fora as mágicas contábeis na exportação de plataformas que não saíram do lugar, manutenção de refinarias e gasto excessivo na refinaria Abreu & Lima cujo sócio não comparece com sua parte na sociedade, fora sucessivos calotes na dívida da Venezuela. Faz tempo que o governo vem sendo alertado pela presidente da Petrobras sobre a necessidade de equiparação de preços dos combustíveis, mas a excessiva esperança na exploração do pré-sal – depois da vitória forçada e desnecessária do consórcio único no leilão de Libra – o governo por fim se dá conta da necessidade de aumento no preço da gasolina e diesel distribuídos para fazer face às despesas programadas na exploração. E o faz através do instrumento ambíguo do “gatilho” para fazer privatização diferenciada de governos anteriores. Ora, gatilho é um recurso de sindicalistas que se torna inócuo se os preços são livres, apenas regulados pelo câmbio. Está certo Ildo Sauer que seria melhor uma exploração gradual através de serviços prestados pela Petrobras em lugar do complicado sistema de partilha. Estão certos também as velhas raposas nacionalistas – mas não pelos mesmos motivos – que o adiamento do leilão daria um tempo precioso para a Petrobras se recompor de grandes perdas sofridas e esperar pelo resultados do excesso de alternativas do momento como “Shale gás” e pré-sal do golfo do México e costa da África. Acontece que os resultados demoram e enquanto duram o Brasil corre o risco – segundo Adriano Pires – de se tornar grande produtor e exportador de petróleo no futuro distante e incerto enquanto permanece na condição por período prolongado da importação onerosa de combustíveis. O Brasil já foi autossuficiente no sistema de concessão, quando a Petrobras foi privatizada.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

SÓ CHINESAS NO LEILÃO DE LIBRA


ESPIONAGEM: GRANDE NOVIDADE! Os responsáveis são os próprios funcionários ‘patriotas’ que tem acesso aos dados – constantemente mudando de emprego – caso de engenheiro de alta posição que saiu da Petrobras e foi para empresa ‘X’. Não é proibido levar acervo próprio. Na verdade grandes empresas não gostariam de estar subjugadas à Petrobras, que pode mudar as regras no meio do caminho, fato que já aconteceu com a própria, na Bolívia e Argentina. Presidenta não comparece ao 1º leilão do Pré-sal por receio de manifestações de sindicatos e nacionalistas para adiar o leilão. Aí, só comparecem estatais e chinesas, únicas que tem condições de esperar pelo petróleo futuro. Petróleo e gás – que é bom mesmo – só daqui 8, 10 anos, se tudo correr bem. Resta o “bônus de 15 bilhões, para cobrir rombo do “superávit” primário”. Se é assim, melhor teria sido concessão ou “cessão onerosa”, que rendeu 42,5 bilhões no poço de Lula, pouco promissor.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

DESONERAÇÃO DE COMBUSTÍVEL SUJO


DESONERAÇÃO SOBRE CARVÃO MI9NERAL “A ausência do sucesso dos empreendimentos a carvão causa surpresa, principalmente, porque no início da semana o Governo desonerou o carvão mineral da incidência de PIS/Cofins”. (Adriano Pires). Observe que a desoneração ocorreu apenas no produto e não na tarifa. O governo do Rio Grande sul – que tem grande interesse no aproveitamento do carvão mineral em térmicas – poderia baixar o ICMS (25%), o 2º mais caro depois de Minas gerais (30%) e assim, teria tido sucesso, o que contribuiria para a geração distribuída. Os estados consumidores de energia seriam os primeiros interessados na redução do ICMS na tarifa, tal como atualmente já o fazem em outros setores para atrair investimentos. A geração distribuída seria a maneira pela qual os estados produtores teriam de reter nos seus estados o consumo da energia por eles produzida já que a cobrança ocorre no destino e não na produção. Esta é tendência atual seguida pela maioria dos países. “Os recentes apagões evidenciam que é preciso uma política mais descentralizada para a geração, a transmissão e a distribuição, assumindo que o país possui dimensões continentais e a atual centralização está ficando cara e de difícil fiscalização” (Adriano Pires).

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

REINVENTANDO O PETRÓLEO


REINVENÇÃO DO PETROLEO PELO USO DO SHALE GAS A maior vantagem proporcionada pela revolução do shale gas decorre do fato de serem explorados por proprietários privados dos recursos e os exploram com meios próprios contando incentivos dos próprios estados produtores, ao contrário daqueles em que a propriedade é da união, garantida por dispositivos constitucionais que remontam ao código de águas, de 1934. Os EUA repetem a experiência dos estados produtores dos EUA que inventaram o petróleo do Texas e Pensilvânia. –Porque o shale gas nos EUA dá certo e o pré-sal não deslancha? Eis algumas razões: – É estabelecida em bases locais – devido aos baixos custos do transporte em relação ao do petróleo e gás por oleodutos. – Ocorre em zonas despovoadas e aproveita a extensa rede de gasodutos subutilizada dos antigos campos, o que favorece a geração distribuidada através termoelétricas combinadas a gas muito mais econômicas do que as antigas térmicas a vapor movida a carvão e óleo. – Antigos campos ainda bastante produtivos foram deixados à margem em razão da abundância de novos mais produtivos e dos baixos preços do barril daí decorrentes. Inicialmente o gás excedente era reinjetado para aumentar a produção, ou, simplesmente queimado. De modo que existe uma enorme quantidade de gas e petróleo encarcerado nos poços maduros que pode ser reaproveitado pela injeção de água no processo de fracionamento. –A aplicação da nova tecnologia de fracionamento não se restringe à exploração de gás de xisto. Pode ser usada também para obtenção de petróleo em poços maduros ou em jazidas até agora consideradas subcomerciais, com uma vantagem: a de que a rede de infraestrutura subterrânea pode ser fortemente reduzida. – A ocorrência contempla indistintamente países grandes e pequenos, ricos ou pobres, que podem recorrer à P&D desenvolvida nos países ricos em regime de cooperação espontânea. Assim, podem escapar da ditadura do cartel dos grandes produtores de petróleo. – os EUA repetem a experiência dos estados fundadores dos EUA que inventaram o petróleo do Texas e Pensilvânia. – Enquanto o governo brasiileiro desonera o carvão mineral para uso em térmicas a vapor de baixo rendimento, nos EUA elas são substituidas por termoelétricas a gas mais econômicas na produção de calor e eletricidade. Com isso libera extensa rede de estradas de ferro utilizada no transporte de carvão, assim como reduz o uso do próprio carvão em térmicas e siderúrgicas.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

SHALE GAS: "PRESENTE" (GIFT) DO FUTURO ...


RECUPERANDO O ATRASO Depois da 11ª rodada – com atraso de 5 anos – a esperança brasileira agora é o gás, visto como “salvação da lavoura” para a indústria. Mas, não basta ter reserva segundo Adriano Pires. A pesquisa do gás de xisto nos EUA dura mais de 10 anos e só agora aparece os primeiros resultados. Não é nada fácil repetir o sucesso do gás de xisto por aqui. Isso demanda tempo e grande incentivo na infraestrutura e pesquisa do processo. Lá a situação é completamente distinta: os proprietários de terra são donos das reservas e ganham muito dinheiro com a exploração incentivada. A infraestrutura de gasodutos já existe há muito tempo. Mas alguns preferem gerar energia elétrica e vendê-la em vez de vender o gás. "A situação do Brasil é completamente diferente dos Estados Unidos.Temos grandes reservas descobertas, mas não temos infraestrutura. Para o primeiro leilão sob o regime de partilha, o Governo está exigindo forte investimento inicial com um bônus de assinatura de R$ 15 bilhões e um government take de no mínimo 75%. Ao mesmo tempo, as empresas privadas que entrarem no negócio terão que se sujeitar à Petrobras como operadora e ao direito de ter no máximo 35% dos votos no comitê operacional, sendo que a estatal PPSA tem poder de veto, inclusive no que tange a ratificação dos custos. O risco é que a baixa atratividade do negócio acabe por gerar um consórcio “chapa branca”, a exemplo do ocorrido com o leilão da Usina de Belo Monte, que depois de várias reestruturações, só se tornou viável com o dinheiro barato do BNDES.

A ESPERANÇA ESTÁ NO GAS DE XISTO Dentre as novas tecnologias desenvolvidas nos últimos nos EUA para escapar da dependência do cartel de petróleo árabe a mais promissora é o “Shale gas” que vem provocando uma verdadeira revolução nos últimos 10 anos. Tecnologias de perfuração horizontal associada ao fraturamento em grande quantidade permitiu que a indústria petrolífera entrasse em novo ritmo de prosperidade. A exploração do gás de xisto nos EUA registrou produção recorde em 2012 e o sucesso acabará refletindo no preço comodities inclusive o petróleo que só não baixa devido ao conflito no oriente médio. Não existe um mercado global de gás natural dado o alto custo quando comparado ao transporte de petróleo. Por isso o mercado estabeleceu-se em base regional. Com isso os EUA escapam da disputa pelo petróleo e volta a cooperar mais com seus vizinhos: Canadá, México, Colômbia e Chile. A mesma base regional favorece a cooperação do Brasil com vizinhos do Mercosul, especialmente Argentina que tem reservas maiores e já está antecipando vantagens às empresas multinacionais. A exploração gera um ambiente propício ao investimento e o sucesso na exploração combinado com a eliminação dos estímulos pelo FED traz como consequência a valorização do dólar e aumento dos juros – como já está ocorrendo. Se a oferta de dólares realmente for mais restrita a Petrobras terá sérias dificuldades para importar gasolina e etanol – pelo menos momentaneamente – por preço ainda mais caro do que já está fazendo. O subsídio à gasolina importada – que já é um transtorno para a Petrobras – se tornará ainda maior com preços mais elevados da gasolina e etanol devido ao fim do estímulo que a economia dos EUA vai passar – gradualmente – nesse ano de 2013 e seguintes.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O " X " DA QUESTÃO


O SHALE GAS É O “X” DA QUESTÃO O sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA é um claro indício do fim gradativo de estímulos dos EUA, conforme prevê o FMI. “Calmaria de dólares” aumenta despesa da Petrobras, mas estimula a produção nacional de etanol e de gás. Aumenta receita de exportação e diminui despesa corrente de importação. O etanol deve ficar mais competitivo do que a gasolina este ano e se o preço da gasolina for finalmente equiparada – agora mais justificada pela alta do dólar – o etanol premiado de cana tem chance de sair da estagnação dos últimos anos. É claro que a produção deste ano de 2013 ainda não será suficiente. Entretanto, é bom lembrar que o brasil não é somente um simples produtor de etanol, mas detentor da provada tecnologia e fabricante de equipamentos que poderão ser exportados em larga escala para países emergentes. CONCORRÊNCIA NA PRODUÇÃO DE CALOR DE PROCESSO Indústrias de cerâmica e de vidro substituíram óleo combustível pelo gás e perderam competitividade, mas “não têm como voltar atrás” (Abividro). Até meados da década passada, o Brasil era fornecedor de vidro plano para quase toda a América do Sul. Há uma forte concorrência pelo gás para produção de “calor de processo” e gás para acionamento de térmicas. Produtores verticalizados têm a alternativa de “vender o calor” de suas térmicas em lugar da venda do gás propriamente dito. Os custos do setor petroquímico dependem tanto do preço do gás que várias fábricas podem fechar. Nos Estados Unidos, o gás extraído das rochas de xisto (shale gas) tem custo baixo e abre a perspectiva de reduzir o custo da energia naquele país, que detém a segunda reserva mundial, depois da China.

domingo, 9 de junho de 2013

GERAÇÃO DE CALOR FRIO E ELETRICIDADE


EFICIÊNCIA NO USO FINAL DA ENERGIA O Brasil usa de maneira ineficiente as 2 formas principais de produção de energia, tipicamente: calor e eletricidade. Exemplo: usou hidrelétricas para produzir energia e deixa térmicas paradas que poderiam substituir o estoque de energia potencial dos reservatórios por estoque de energia potencial química contida no combustível. Quando usa térmicas o processos não leva em conta o aproveitamento integral do combustível na produção e consumo das 2 formas de energia: calor e eletricidade, que são indissociáveis. Não se pode aperfeiçoar um sem negligenciar o outro. Não se pode perder de vista que o consumo de energia para finalidade de aquecimento é muito maior do que a produção energia elétrica propriamente dita. Agora mesmo, com a intensificação de térmicas na base chegará ao absurdo de gerar energia elétrica para aquecimento de eletrodomésticos – quando poderia queimar o gás diretamente – a menos que hidrelétricas mais adaptáveis sejam utilizadas nos horários de pico. Hospitais, condomínios, shopings, conjuntos habitacionais, etc. não podem prescindir de gerador próprio para gerar a sua própria energia. Cimenteiras, cerâmicas, fábrica vidros, produtores de bebida e alimentos etc. – que utilizam calor de processo – podem ser estimulados a gerar sua própria energia: calor frio e eletricidade, através de usinas combinadas. Um bom exemplo: “A GE fechou um contrato de US$ 4,5 milhões com a Coca-Cola Andina Brasil para equipar uma unidade de engarrafamento localizada em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, com três motores Jenbacher a gás natural. Com potência total de 12 megawatts, os equipamentos serão utilizados para gerar energia e aquecimento para a fábrica, seguindo o conceito quadgeneration. Isto significa que, além das funções típicas de fornecimento de eletricidade e calor, os motores da GE permitirão a produção de água fria, dióxido de carbono (CO₂), nitrogênio e operações de engarrafamento” (COGEN).

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Térmicas ma base não suprem picos de demanda


EFICIÊNCIA NO USO FINAL DA ENERGIA O Brasil usa mal e de maneira ineficiente as 2 formas principais de produção de energia, tipicamente: calor e eletricidade. Exemplo: usou hidrelétricas para produzir energia e deixa térmicas paradas que poderiam substituir o estoque de energia potencial dos reservatórios por estoque potencial de energia química contida no combustível. Quando usa térmicas o processos não leva em conta o aproveitamento integral do combustível na produção e consumo das 2 formas de energia: calor e eletricidade, que são indissociáveis. Não se pode aperfeiçoar um sem negligenciar o outro. Não se pode perder de vista que o consumo de energia para finalidade de aquecimento é muito maior do que a produção energia elétrica propriamente dita. Agora mesmo, com a intensificação de térmicas na base chegará ao absurdo de gerar energia elétrica para aquecimento de eletrodomésticos – quando poderia queimar o gás diretamente – a menos que hidrelétricas mais adaptáveis sejam utilizadas nos horários de pico. Hospitais, condomínios, shopings, conjuntos habitacionais, etc. não podem prescindir de gerador próprio para gerar a sua própria energia. Cimenteira, cerâmicas, fábrica vidros, produtores de bebida e alimentos etc. – que utilizam calor de processo – podem ser estimulados a gerar sua própria energia: calor frio e eletricidade, através de usinas combinadas. Um bom exemplo: “A GE fechou um contrato de US$ 4,5 milhões com a Coca-Cola Andina Brasil para equipar uma unidade de engarrafamento localizada em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, com três motores Jenbacher a gás natural. Com potência total de 12 megawatts, os equipamentos serão utilizados para gerar energia e aquecimento para a fábrica, seguindo o conceito quadgeneration. Isto significa que, além das funções típicas de fornecimento de eletricidade e calor, os motores da GE permitirão a produção de água fria, dióxido de carbono (CO₂), nitrogênio e operações de engarrafamento” (COGEN). Para tanto existe grande quantidade de energia secundária a ser aproveitada, além do que existe a possibilidade de aumento de capacidade instalada pelo acréscimo de unidas com locais provisionados. Nos sistemas que já atingiram a fase térmica predominante este é um procedimento corriqueiro: hidrelétricas com baixo fator de capacidade. Não estamos proibidos de fazer usinas a carvão. Mas não acho que devam ser construídas mais usinas a carvão. Basta as que já estão aí. Não por causa do combustível, mas pelo “processo de caldeira a vapor de baixíssimo rendimento, verdadeira reminiscência arqueológica” do qual não escapa nem as nucleares. Precisamos mais de térmicas combinadas a gás que aproveite integralmente a energia química do gás na produção das 2 formas de energia: calor e eletricidade. Fontes alternativas, como a eólica, não vão cumprir a função de geração básica do sistema. Embora limpa, a produção é intermitente. Potenciais da Amazônia têm ampla utilização local quando subutilizados na forma de usinas de bulbo para geração distribuída e complementada por térmicas a gás natural e convencional existente.

sábado, 25 de maio de 2013

SÓ HIDROELÉTRICAS GARANTEM PONTA


HIDROELÉTRICAS PRODUTORAS DE PONTA Em maio 25, – com acréscimos decrescentes (derivada) – os reservatório atingem o nível satisfatório maior possível de 70%, mas ainda inferior a 2012. Daí segue o mesmo padrão, agora com todas as térmicas ligadas, desta vez de forma permanente. –Porque os reservatórios devem permanecer cheios todo o tempo? Reservatórios cheios permitem suprir picos de demanda por períodos prolongados a qualquer hora, independente do clima. À medida que a demanda por energia cresce, hidroelétricas são cada vez mais solicitadas para atender picos maiores. Não compensa suprir picos de demanda (MW) através de usinas térmicas: sua potência seria maior do que a necessária para suprir energia (MW x hora). Mas, foi usada e vai continuar usando: um verdadeiro desperdício. Hidroelétrica é a única fonte que tem capacidade instalada maior (na proporção do FC 0.55) do que a quantidade energia que é capaz de produzir. "Algumas hidrelétricas já tem local pronto para colocar essas máquinas adicionais, mas ainda não colocaram. Ou seja, a parte civil já tá pronta. É só aumentar a potência da usina”, segundo o NOS, lembrando que essa ampliação não aumentaria a energia assegurada da usina, apenas à potência. No período chuvoso , hidroelétricas tem capacidade mais do que suficiente para atender picos demanda: o problema é no período seco, quando térmicas estão inteiramente ocupasadas na produção de energia. Picos de demanda – é bom lembrar – também podem ocorrer no período seco. Só hidros tem CI maior, ou seja: potência em curtos períodos. Poucas umas térmicas a diesel já estão desligadas mas, seria um erro desligar todas. PICOS DE CARGA Do lado do consumo o maior crescimento da demanda ocorre no setor de serviços, residencial e comercial, com diminuição da atividade industrial – reflexo do incremento da renda e do avanço do emprego – são razões que explicam o aumento da demanda para fins térmicos. A incorporação de eletrodomésticos às residências tais como chuveiros elétricos, condicionadores, refrigeração e iluminação contribuem para a curva de carga no momento do pico, justifica manter os reservatórios quase cheios como reserva estratégica para atendimento de surtos inesperados ou mesmo o aumento dos picos de demanda proporcionalmente à demanda por energia (Kwhora). È muito mais barato adicionar unidades para incrementar a capacidade instalada de usinas prontas do que construir novas. Especialmente se houver provisão (slots). “Até 5 GW de ganho de potência, colocando mais máquinas, apenas adicionando mais unidades, especialmente se houver provisão. È mais barato atender o horário de ponta com a ampliação de potência dessas hidrelétricas do que com térmicas” segundo o ONS. Atender picos de demanda com térmicas é um equívoco. Equivale a baixar o fator de capacidade, tal como acontece nos países nos quais predominam térmicas. Ou, países que já esgotaram todo seu potencial hidroelétrico. Essas são razões que justificam a geração distribuída, cada um gerando sua própria energia produzindo, ao mesmo tempo, os dois tipos de energia: calor e eletricidade. Mas para que isso ocorra é preciso haver incentivos, segundo o NOS. “queda de produtividade e de potência das hidrelétricas e o horário de ponta teve que ser atendido com térmicas e isso custa caro. Em alguns momentos, o operador chegou a acionar 9 mil MW térmicos para atender a ponta”. Isso é um despropósito (PEN 2011 - 2015). Este é risco hidrológico à forte diferença existente entre a potência instalada e a energia firme3 que se verifica entre o período úmido e seco do ano. Hugo Siqueira, em 12/04/2013.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

NOVO TSUNAMI EM SIDERÚRGICAS


“Está tendo o efeito de um tsunami na indústria siderúrgica global, pressionando os preços em todas as regiões", disse Michelle Applebaum, analista de Chicago. O Brasil não precisa se intimidar com a oferta desordenada de produtos siderúrgicos (e alumínio) baratos como acontece com trilhos de má qualidade chineses recém-importados. O país tem condições de utilizar a grande capacidade de energia secundária para produzir – mesmo que sazonalmente – bens que a energia elétrica é capaz de produzir como eletro intensivos e aço (eletrólise a quente e fornos a arco), com isso reduzir a pressão sobre a indústria siderúrgica em vias de deixar o país (Siemens, Alcoa e outras). Os processos devastadores chineses não serão para sempre. MOTORIZAÇÃO DE HIDROELÉTRICAS A geração hidrelétrica de ponta também poderá ser aumentada pela construção de novas unidades geradoras em poços provisionados em algumas usinas hidrelétricas já existentes (5 GW segundo a Abrage), o que torna baixo os custos para o atendimento da demanda máxima do SIN. Isso gera uma expectativa atraente para os produtores do mercado livre dado que com tarifas maiores os produtores vão utilizar a grande quantidade de energia secundária para a produção sazonal de bens que a energia elétrica consegue produzir, tais como hidrogênio, lítio, por exemplo. Não só isso, alguns consumidores vão migrar para este novo mercado, com perda de clientes das concessionárias. Antes, eram térmicas a vapor de baixa qualidade técnica que garantiam ponta com combustível barato. O máximo do desperdício de energia. O tempo do combustível barato já passou. Agora, os papéis se invertem: são térmicas a gás combinadas que economizam combustível fóssil das antigas térmicas.

domingo, 19 de maio de 2013

GERAÇÃO SIMULTÂNEA


GERAÇÃO SIMULTÂNEA DE CALOR E ELETRICIDADE 12/04/2013 “A GE fechou um contrato de US$ 4,5 milhões com a Coca-Cola Andina Brasil para equipar uma unidade de engarrafamento localizada em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, com três motores Jenbacher a gás natural. Com potência total de 12 megawatts, os equipamentos serão utilizados para gerar energia e aquecimento para a fábrica, seguindo o conceito quadgeneration. Isto significa que, além das funções típicas de fornecimento de eletricidade e calor, os motores da GE permitirão a produção de água fria, dióxido de carbono (CO₂), nitrogênio e operações de engarrafamento” (COGEN). HOSPITAL SÃO FRANCISCO- CABO VERDE MINAS GERAIS Instalei um grupo gerador de reserva para um hospital e fiz a seguinte recomendação: “ligar o gerador próprio e deixar a Cemig na reserva”. Sai muito mais em conta. Além disso, o radiador foi suprimido e a água de arrefecimento foi ligada à serpentina do aquecedor central. Todo calor proveniente das perdas da queima do gás são integralmente utilizadas para o banho e roupa lavada dos pacientes, que, indubitavelmente constitui a maior demanda de qualquer hospital (70%). È o que denomina cogeração de calor e eletricidade por uma só fonte. Hotéis, condomínios e shopping centers não podem prescindir de geração própria. Além da segurança, economizam na conta de luz. Indústrias que utilizam “calor de processo” como cimenteiras, cerâmica, fábrica de alimentos e bebidas utilizam o processo cogeração em geração distribuída, para escapar do cativeiro da tarifa da distribuidora. Até usinas de biomassa utilizam para economizar bagaço, que é um combustível tão ruim que as próprias olarias rejeitam, mesmo que cedido gratuitamente.

sábado, 18 de maio de 2013

RESERTÓRIOS CHEIOS: SEGURO CONTRA ACIDENTES


RESERVATÓRIOS CHEIOS E A ENERGIA DE PONTA Reservatórios quase cheios é a contingência estrutural do sistema que se torna cada vez mais hidrotérmico. redução de tarifas – sempre benvinda – ocorre em momento crucial em que o sistema passa por mudanças estruturais com a utilização de modo permanente de térmicas nos próximos anos. O encarecimento pelo uso da térmica mais cara é uma consequência natural de um sistema que tende cada vez mais para hidrotérmico. Uma coisa nada tem a ver com outra: mesmo se não houvesse a baixa de tarifas o aumento do custo será inevitavelmente maior. “O acionamento das UTE durante todo o ano de 2013 indica que o novo paradigma hidrotérmico veio para ficar, o que exigirá um esforço muito grande da política e do planejamento energético, que terá que alterar práticas, ações, métodos e modelos computacionais”. Nivalde de Castro. Não só isso, diríamos, processos que levem em conta o aproveitamento integral do combustível na produção e consumo das 2 formas de energia: calor e eletricidade, que são indissociáveis. Não se pode aperfeiçoar um sem negligenciar o outro. A geração hidrelétrica de ponta também poderá ser aumentada pela construção de novas unidades geradoras em poços provisionados em algumas usinas hidrelétricas já existentes (5 GW segundo a Abrage), o que torna baixo os custos para o atendimento da demanda máxima do SIN. Isso gera uma expectativa atraente para os produtores do mercado livre dado que com tarifas maiores os produtores vão utilizar a grande quantidade de energia secundária para a produção sazonal de bens que a energia elétrica consegue produzir, tais como hidrogênio, lítio, por exemplo. Não só isso, alguns consumidores vão migrar para este novo mercado, com perda de clientes das concessionárias. Antes, eram térmicas a vapor de baixa qualidade técnica que garantiam ponta com combustível barato. O máximo do desperdício de energia. O tempo do combustível barato já passou. Agora, os papéis se invertem: são térmicas a gás combinadas que economizam combustível fóssil das antigas térmicas.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

MARES MORTOS DE ÁGUAS SALOBAS


Gostaria de saber como andam os 79999 açudes… Alguns trechos de “AÇUDES DO NORDESTE” por Manoel Bonfim Ribeiro. Os açudes são construções públicas federais, estaduais, municipais, particulares e de cooperação, somando, hoje, o fantástico número de 70.000 reservatórios superficiais, tornando o Semi-árido, a região mais açudada do Planeta. Não há região no Globo, árida ou semi-árida, com tamanha capacidade de acumulação, um cubo de 37 bilhões de m³, um terço do que o São Francisco despeja anualmente no Atlântico. Numa distribuição geográfica eqüitativa disporíamos de um açude a cada 14 km² por toda a superfície do Polígono das Secas. O SEMI-ÁRIDO MAIS IRRIGADO DO MUNDO As águas de chuva seguem três caminhos distintos: evaporação, infiltração e escoamento. A evaporação no Semi-árido é avassaladora, chegando a mais de 80%, no momento da precipitação. A infiltração varia de 10 a 15%. O escoamento é o de águas superficiais e fugidias, formadoras dos riachos. O coeficiente de escoamento (run-off) varia de 10 a 20% das águas caídas, mas é baixíssimo o índice de armazenamento, geralmente, menos de 1% do volume afluente médio anual, por vezes, apenas 0,1%. Apesar de índices tão baixos, os reservatórios acumulam grandes volumes de água, com milhões e bilhões de metros cúbicos, como o Castanhão, um açude oceânico que pode ser visto da lua. MARES DE SAL CARREGADOS PELOS RIOS INTERMITENTES 22 mega-açudes construídos no Semi-árido acumulam nas suas bacias 20,3 bilhões de m³ de água, volume equivalente a 8 vezes e meia a baía da Guanabara, a segunda maior baía do litoral brasileiro. NUNCA SECAM, MAS MUITOS NUNCA ENCHEM Os açudes não secam, são reservatórios plurianuais, inter-anuais, projetados e construídos, com aprimoramento e rigor técnico, pelos engenheiros do Brasil, sobretudo nordestinos, comparados aos melhores hidrólogos egípcios. Cada projeto exige todos os dados climatológicos da bacia hidrográfica em questão, pluviometrias, fluviometria, vazões, run-off, quociente de evaporação, índice de armazenamento, tudo é definido em projeto, inclusive a ciclicidade das secas da região com toda sua série histórica. São analisados e selecionados os materiais usados em cada obra. É tecnologia avançada de alto nível. SÃO MARES MORTOS DE ÁGUAS SALOBAS Construímos, durante 100 anos, com muito orgulho nordestino, o maior patrimônio hídrico do Mundo na captação de chuvas, uma das grandes conquistas da humanidade em terras áridas, uma verdadeira AGUABRÁS, e, num determinado momento, joga-se tudo pela janela, não serve mais, vamos transpor o São Francisco, é melhor. Senhores do nosso Brasil, políticos, governantes, religiosos, administradores, profissionais, executivos e toda a sociedade. A solução para o atendimento às comunidades sertanejas está na distribuição dessa água. A infraestrutura está pronta, basta implantar um vigoroso sistema de adutoras. Os nordestinos serão todos atendidos e assistiremos na AGUABRÁS, o grande naufrágio da “indústria da seca”.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

TÉRMICAS PERMANENTES


A manutenção de térmicas ligadas – por segurança –durante o ano todo é o primeiro passo para a permanência definitiva, uma vez que serão ligadas antecipadamente – também por medida de segurança – como conjecturavam alguns setores. Isto mostra a repetição do processo nos anos subsequentes, isto é: a utilização permanente de térmicas na base do sistema. “O acionamento das UTE durante todo o ano de 2013 indica que o novo paradigma hidrotérmico veio para ficar, o que exigirá um esforço muito grande da política e do planejamento energético, que terá que alterar práticas, ações, métodos e modelos computacionais”. Nivalde de Castro. Térmicas funcionando o ano todo vai permitir que parte da energia potencial economizada em reservatórios seja utilizada para o aumento de capacidade instalada e o restante para economizar combustível. São dois propósitos combinados: Energético: economia de combustível nas térmicas existentes. Potencial: incremento da capacidade instalada pela a adição de mais unidades nas hidroelétricas existentes. Esta combinação de propósitos – corriqueira nos países com predominância de térmicas – só veio ocorrer tardiamente no Sistema Elétrico Brasileiro, depois do choque no preço do petróleo importado. À semelhança das usinas de fio d’água da Amazônia – que também são projetadas com baixos fatores de capacidade – as antigas usinas hidroelétricas vão ter de passar por um processo de repotenciação e modernização.