carvão vegetal

FORMAS ANACRÔNICAS DE ENERGIA
CARVÃO VEGETAL E O VELHO GAZOGÊNIO

HUGO SIQUEIRA
Circunstâncias históricas podem mudar, de forma que muitas soluções — consideradas anacrônicas — podem ser ressuscitados com sucesso, graças à nova tecnologia da biogenética. O próprio “Gasogênio”, uma relíquia do passado da segunda guerra, pode ser ressuscitado como uma alternativa promissora para países pobres carentes de petróleo, mas ricos em biomassa.

Assim tambem, o aço brasileiro baseado em carvão vegetal, vista por muitos como anacrônica, compete bem nos mercados, atualmente, porque sua indústria está muito mais adiantada em relação à antiga tambem baseada em carvão vegetal, há muito abandonada pelos países industrializados, alem do que a tecnologia da biogenética favorece países tropicais. As árvores utilizadas na Suécia levam trinta anos para serem aproveitadas, enquanto as florestas cultivadas do Brasil são cortadas com seis anos. Os ganhos de produtividade das florestas cultivada no Brasil aumentaram em cinco vezes, pelo emprego de “clones” de eucalipto e melhores técnicas de cultivo e de aproveitamento do carvão vegetal. È um feito surpreendente que mostra o caminho a ser seguido pelos americanos e chineses que insistem nas grandes siderúrgicas a carvão mineral.
O excessivo transporte de carvão pela rodovia 050 com destino às mini-siderúrgicas de Itauna e Divinópolis é um claro sinal da existência de mercado para esse produto. Florestas cultivadas — muito mais eficientes — constitui a melhor forma de preteger o cerrado e florestas naturais pelo desestímulo do preço.

Apesar de gratúito, o corte de floresta natural é muito mais dispendioso do que o de florestas artificiais especialmente plantadas por meios tecnológicos. Constituem o meio apropriado do replantio de floresta natural devastada sem apelar para motivação patriótica. Constitui tambem o substituto natural da exploração predatória de pastagens degradadas alem de recompor florestas que foram subtraídadas durante o processo de colonização.
O intenso tráfego de caminhões carvoeiros pela 050 com destino às pequenas siderúrgicas de Itauna e divinópolis evidencia um mecado promissor para o carvão vegetal que desestimula o corte de arvores naturais, substituído pelo corte de florestas artificiais especialmente cultivadas e mais eficientes do que as naturais