reservatórios

• Não existe um conflito entre os ambientalistas — considerados idealistas e contrários ao progresso — e aqueles que se autodenominam progressista, como veiculado na mídia. Este é um falso dilema. Não é uma questão de vontade, realizar o progresso. São fatos objetivos que o impedem: o campo gravitacional é pobre, só isso. Devemos reconhecer, entretanto, que foi graças ao trabalho persistente dos ambientalistas e da resistência dos habitantes da floresta que se tornou possível uma solução de consenso com menor custo ambiental e econômico dos empreendimentos.

Não precisamos ir tão longe, Itaipu seria aprovada hoje? ou Tucuruí? e algo como 3 gargantas?

Os únicos reservatórios de regulação plurianual pertencem a Furnas: o próprio, Itumbiara e Serra da Mesa (no Tocantins). O resto é usina de fio dágua. A estratégia de sucesso por resertórios de acumulação chegou ao fim e não pode ser estendida para a região Amazônica. Alí, somente subutilizando os potenciais com usinas de bulbo (salvo Belo Monte).

Procurei no google-earth e não encontrei nenhum local elevado que permita reservatório a não ser no Madeira dentro da bolívia. Concordo com o eugenio de que é inútil procurar reservatórios em região de planicie alagada. Está lá nos velhos compendios do seculo 18/19.
Mas somos obrigados a reconhecer que foi graças a intervenção dos ambientalista e dos indios que os reservatórios do Madeira e de Belo Monte foram reduzidos e assim permitir um custo razoável para os empreendimentos. Não constituiu nenhuma surpreza (71 R$/mwhora e 78) , nem será surpreza uma oferta para B Monte dessa órdem quando finalmente licitado. Belo Monte é muito inferior a Itaipu como usina de fio dágua e foz. Mas dá prestígio a políticos. Parece que estão com saudades dos feitos da ditadura.
No caso dos reservatórios, o demônio acusado é, tipicamente, a grande empresa de eletro-intensivos. Na verdade somos nós mesmos, os consumidores, que criamos, por assim dizer, demandas por perfilados e energia. Pessoas que utilizam eletricidade são os responsáveis pelo consumo de energia. e pelo alagamento de florestas. Somos nós, os consumidores que teremos que pagar o custo. Não há mais ninguem para pagar o custo deste conforto.
No caso do alagamento de floresta Amazônica este custo é desnecessário porque os reservatórios são inócuos.
Podemos ter poluição local zero nas grandes cidades impondo custos aos usuários de automóveis. Mas isso tornaria impossível a produtividade agrícola e o conforto que hoje desfrutamos e, dessa forma, muitos teriam o padrão de vida resuzido.
Custa alguma coisa limpar o ar, exatamente como custa algo ter as coisas boas que queremos. Os recursos são limitados e temos que ponderar ganhos contra custos.
Poluição não é um fenômeno objetivo. Poluição para uma pessoa pode ser vital, enquanto é prazer para outra. Para alguns de nós, a música eletrônica é poluiçao sonora pura; para outros, um deleite.
O problema de combater a poluição e proteger o meio ambiente é complicado pela tendência de caírem sobre diferentes pessoas os ganhos e perdas dessa atividade. Pessoas , por exemplo, que ganham com a existência de maiores áreas silvestres ou ar mais puro as cidades, não são em geral as mesmas que perderiam com os custos resultantes mais altos dos alimentos , do aço e dos produtos químicos. Tipicamente, disconfiamos, os que mais se beneficiam com a redução da poluição, estão em situação, financeira e educacionalmente, do que as que se beneficiariam com os custos mais baixos dos bens que resultariam da permissão para haver maior poluição (Miltom Friedman.