Energia potencial

Ordinariamente, os reservatórios da região amazônica têm o formato de U alongado (ou w), rasos e largos, com elevada relação superfície/altura em relação aos reservatórios do Sudeste, Furnas e Itumbiara, que tem formato de V, estreitos e profundos, com baixa relação superfície/altura para o mesmo volume armazenado. Em outras palavras: as superfícies de alagamento são inversamente proporcionais às alturas de queda. Para ter o mesmo volume do reservatório de Furnas a área inundado em Jirau no Rio Madeira seria cerca seis vezes maior, o que seria impensável. Ainda que fosse possível, a energia armazenada — produto do volume pela altura — seria seis vezes menor ou quase nada. Conclusão, feitos novos estudos para contemplar exigência dos ambientalistas acabou prevalecendo o bom senso: a área inundada foi substancialmente reduzida para cerca de 250 km² e o custo da barragem e reservatório praticamente deixaram de existir. A altura da barragem foi reduzida ao apenas necessário para alojar as turbinas de bulbo e conter o vertedor dentro dos limites do rio. Para surpresa geral o lance dos consórcios vencedores da licitação ficou muito aquém dos limites máximos, como era de se esperar (78 e 71 R$/Kwhora, respectivamente a Jirau e Santo Antônio). Quais as lições que podemos tirar deste acontecimento inusitado?

PREZADO HUGO,
VOCÊ ESTÁ ESQUECENDO QUE O XINGU, TAPAJÓS E O PRÓPRIO MADEIRA, A MONTANTE DAS ATUAS USINAS EM CONSTRÇÃO, APRESENTAM DESNÍVEIS MAIS QUE CONSIDERÁVEIS PARA A FORMAÇÃO DE GRANDES RESERVATÓRIOS.