domingo, 3 de abril de 2011

COCOs e PETs

Apanhadores de cocos se queixam da presença de atravessadores. Compram caminhão e fazem eles próprios o negócio. Acreditam estar valorizando o seu trabalho árduo.
Pensando friamente, trepar em árvores continua um trabalho pouco valorizado que não requer capital: somente vigor e coragem. O valor final do coco é tão só o custo da viagem.

Um coco vale apenas o custo de transportá-lo. E o catador apenas muda de profissão que requer capital e mão de obra. Os catadores continuam desvalorizados. Pergunta:
-- O quê há de errado no processo?

O erro está no procedimento do transporte de cocos em estado bruto. Melhor seria que transportasse a água acondicionada em containeres, tal como o suco é transportado de avião para o destino.

Cinco Reais – para o consumidor -- é quanto vale o transporte. O que está dentro não vale nada.
È o mesmo equívoco daquele que acredita estar pagando 4 reais pela Coca (líquido). Na verdade o consumidor paga 3 reais pelo produto tecnológico (garrafa PET) e comodidade do serviço. Um real é apenas o quanto custa o líquido refrigerante que, afinal de contas, é apenas água com açúcar.

E depois de tomada a água, o quê faz com o coco vazio?

Resposta:
O mesmo que faz com a garrafa vazia: joga no lixo. Ou, mais comodamente, joga na rua como qualquer brasileiro folgado.
Com esse procedimento, cria um problema ambiental, pelo qual acabará pagando – de uma forma ou de outra – em impostos municipais. Este é o preço da incoerência.

sábado, 2 de abril de 2011

RELACIONANDO COM OS CHINESES

Um absurdo o preço que os chineses estão pagando pelo minério de ferro: 200 dólares/tonelada ou ¹/5 de dólar/Kg.
Mas, será que este preço é para sempre?

Neste caso, valeria mais a pena pagar ¹/³ dólar pelo quilo da sucata japonesa e reduzir pela metade a quantidade de minério transportado como faz a maioria das siderúrgicas brasileiras.

Logo perceberão que sai mais em conta trazer o carvão mineral e eles próprios fundirem o ferro gusa -- deixando por aqui mesmo toda a poluição local -- como faz a maioria das siderúrgicas brasileiras. Pois já não fizeram o mesmo na usina termoelétrica a vapor (Candiota III)– verdadeira reminiscência arqueológica – alimentada por carvão mineral brasileiro de péssima qualidade?
Do ponto de vista global, tanto faz.

Mas, o que não faz sentido é o passeio inútil de navios carregados de minérios e terra (bauxita) ou de caminhões de grãos por estradas esburacadas pelo interior do Brasil. Infelizmente a globalização ainda não atingiu o setor primário.

Quando deparo com documentários mostrando chineses revolvendo monturos de aterros sanitários no Japão sou obrigado a concluir que há vantagem econômica no processo da reciclagem de produtos pesados do lixo. Alem do que os benefícios ambientais compensam largamente os custos?

Países ricos produzem mais lixo: a estes deveriam caber os custos da reciclagem. No Japão o custo da seleção é muito alto.

“Enquanto a produção é tecnológica, a seleção é arcaica. A seleção é manual e feita a golpes de machado. Entretanto, muito mais degradante do que o trabalho em “linha de montagem” tão bem descrita por Carlitos em “Tempos Modernos”. Só os chineses suportam, porque a vida no campo é ainda pior: cozinham alimentos com excrementos secos de animais.


Bem, assim como há vária maneiras de “ver” a mesma coisa, também existem outras formas melhores de ‘fazer’ as coisas.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

COGERAÇÃO EQUIVOCADA

Bagaço em composto orgânico
As decantadas usinas de biomassa não são expressivas. Utilizam bagaço de baixo poder calorífico em um processo termodinâmico antiquado. O rendimento monetário pode ser grande porque usam um insumo de valor comercial desprezível que nem as olarias e cerâmicas utilizam. Não compensa o transporte.
Nem como calor de processo, as usinas de açúcar deveriam usar, muito menos para gerar energia elétrica num processo equivocadamente chamado de cogeração.
A verdadeira cogeração de falamos são as usinas ciclo combinado através de termoelétricas a gás ou álcool associadas na mesma planta, com pleno aproveitamento da energia calorífica do combustível: potência útil no eixo para gerar energia elétrica e energia calorífica – considerada perdas nos gazes de escape --utilizada para economizar bagaço -- reservado para produção de mais álcool no aproveitamento integral da cana de açúcar.

USO DO BAGAÇO EM COMPOSTO

USO DO BAGAÇO EM COMPOSTO
Nem como calor de processo, as usinas de açúcar deveriam usar, muito menos para gerar energia elétrica num processo equivocadamente chamado de cogeração.
A verdadeira cogeração de falamos são as usinas ciclo combinado através de termoelétricas a gás ou álcool associadas na mesma planta, com pleno aproveitamento da energia calorífica do combustível: potência útil no eixo para gerar energia elétrica e energia calorífica – considerada perdas nos gazes de escape --utilizada para economizar bagaço, reservado para produção de mais álcool no aproveitamento integral da cana de açúcar.

Na região cafeeira do sul de minas o bagaço de cana tem sido usado no fabricação do rico composto orgânico fermentado com sobras de café despolpado por via úmida que, lançado nos rios constituem severa ameaça ao meio ambiente. No mais das vezes é utilizado como cama de aviários, pocilga e confinamento de bois. Em última instância, como cobertura morta de pastagens degradadas.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO LIXO

Reciclados do lixo
É sempre mais fácil vituperar contra pessoas do que se empenhar em trabalhos de árdua análise intelectual, pensar dói.
O culpado é sempre o grande negócio. Mas, são meros intermediários de demandas criadas por nós. Alguém vai ter de pagar: não há mais ninguém para pagar senão nós mesmos.
Provocações:

1 Quando deparo com documentários mostrando chineses revolvendo monturos de aterros sanitários comprados do Japão sou obrigado a concluir que há vantagens econômicas no processo? Os custos pagam os benefícios?
Os países ricos produzem mais lixo: a estes deveriam caber os custos da reciclagem
2 Em Minas e na Califórnia existem empresas recicladoras de plástico transformado em madeira, meio-fio e até dormentes:
Já imaginou dormentes eternos?
E casas de madeira de plástico? Telhas, travamento, piso, janelas e portas alem de móveis: faz sentido?
Acho que faz. Afinal estão fazendo casa de 2 m² na china e mesmo no Japão. Tem gente morando em containeres e até em caixas.
Será que estão levando em conta a energia os gastos no processo? A produção é tecnológica e a reciclagem é arcaica. Quem paga a conta, se afinal ninguém trabalha de graça. Ninguem o faz por patriotismo.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

MINÉRIOS POR CELULARES

A produção de energia e exploração de minérios não é uma finalidade por si só. Muitos países se desenvolveram sem ter as duas coisas.
Como sempre o demônio acusado de represar os rios são as grandes mineradoras e certamente têm sua parcela de culpa. Mas, os verdadeiros responsáveis são os consumidores, o grande negócio é apenas um intermediário de nossa demandas. São estes, que criam, por assim dizer demandas demandas de perfilados e eletricidade. As pessoas que consomem eletricidade são os responsáveis pela fumaça que sai das chaminés de nossas termoelétricas.
Poderíamos simplesmentew deixar rolar as águas dos rios e, com isso, deixar de exportar milhares de toneladas de alumínio. Neste caso exportaríamos milhões de toneladas de bauxita com os quais importartamos os 200 milhões de celulares e milhares de computadores de que necessitamos. A nós, que somos "de maior idade", cabe fazer as nossas escolhas. Acusar empreiteiras e mineradoras é sempre mais fácil do que pensar a solução engenhosa. Pensar dói.
È muito fácil proibir a exportação de aluminio. Desde que seja tambem proibida a entrada de clulares chineses:
— Uma carreta de soja por um computador moderno.
— Uma carreta de minério por uma dezena de celulares.

domingo, 30 de janeiro de 2011

PCHs X termoelétricas

O Brasil não precisa recear a exploração de recursos minerais intensivos em eletricidade.
Grandes empresas mineradora são acusadasde frequentemente de utilizar hidroelétricas da Amazônia em benefício próprio para a produção de eletro intensivos. Ora, grandes empresas nacionais e multinacionais já estão presentes na Amazônia explorando bauxita