sábado, 6 de dezembro de 2014

MEDITERRÂNEO AMAZÔNICO


Devem ter sido inspirados nos planos malucos de Hermann Khan do malfadado Instituto Hudson da década de 70, de tão triste memória. Se deixar por conta desta gente simplória acaba fechando o estreito de Óbidos e a boca do Tapajós em São Luiz e transformando a planície Amazônica em um grande mar mediterrâneo como pretendiam com o Rio Negro e o Orinoco. Que me desculpem as impropriedades pois estou fazendo estes comentários de “próprio punho”, no mais puro improviso: “nos dias de hoje ninguém pode mais se arvorar em condutor da humanidade tal o grau de incerteza imposto por este novo fenômeno da globalização que continua despercebido pela maioria dos nossos luminares”. Existem várias maneiras de “ver” as mesmas coisas e nenhuma tem o privilégio de dar a palavra final. “Os conceitos físicos são criações livres da mente humana, não sendo -- por mais que possa parecer -- singularmente determinados pelo mundo exterior” (Eisntein & Infild). Assim como existem “pensadores de aluguel”, há também os demagogos que se apropriam de realizações de governos autoritários - por eles mesmos criticados no passado, para o fim de conquistar e manter o poder: é o que em política é eufemisticamente designado por governabilidade. Não tenho procuração para tanto, mas é forçoso reconhecer que foi a partir da atuação dos ambientalistas e da resistência dos índios que se tornou possível a redução da área de alagamento das 4 usinas recém-licitadas da Amazônia, coisa que já era do conhecimento de qualquer estudante de geografia do colegial. Com isso o custo de todas permaneceu abaixo de 8 centavos por Kwhora, como obviamente era de se esperar, depois da eliminação de barragens e reservatórios. Em alguns casos o reservatório chega a ser menor do que aquele provocado por enchentes naturais: cerca de 10X30 Km, 300 Km², menor do que a área do minúsculo município de Cabo Verde, um dos 34 atingidos pelo grande reservatório de Furnas. Não pretendo ensinar nada a ninguém, mas vale recordar o comentário anterior: Se deixar por conta desta gente simplória ‘acabam’ fechando o estreito de Óbidos -- represando o Solimões -- e a boca do Tapajós em São Luiz e transformando a planície Amazônica em um grande mar mediterrâneo como pretendia o “instituto Hudson”, com o Rio Negro e o Orinoco. Balbina é uma pequena amostra do desastre. É a mesma ‘cambada’ do ministério dos transportes que continua sem titular a responsável pelos “brilhantes” relatórios sobre obras de navegação e infra-estrutura do Rio Teles Pires, Tapajós, etc. minuciosamente expostos, perdoem a redundância, “com riqueza de detalhes” pela responsável do blog. Deviam, ao menos, ter a humildade de consultar os geógrafos (Ab’s Saber, Nilton Santos) para saber que é impossível – técnica e ambientalmente – domar os Rios Amazônicos. Mas, a prepotência é própria dos demagogos e ignorantes. “Volume de água não significa, necessariamente, grande quantidade de energia”. O quê a realidade do campo gravitacional permite comprovar é que a quantidade de energia que pode ser utilizada na Amazônia é muito menor do que “faz supor a vã filosofia” destes desses doidos sonhadores. Apenas uma quantidade limitada de energia pode ser aproveitada de forma sustentável em regime de sub-aproveitamento (low profile).

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